domingo, 18 de outubro de 2009

It People

“It Girls” e “It Boys”, termos na moda atualmente. Sim, literalmente da moda atual. Cuidado. Estes termos não fazem parte das últimas tendências da estação. Ao contrário, são avessos à elas.
A expressão “It Girl” era muito utilizada na década de 60, se referia à garotas descoladas, estilosas, com opinião e lançadoras de tendência. O termo It não sofreu grandes variações de significado dos anos 60 para hoje: pessoas charmosas, com personalidade e estilo de vida marcante, estilosas, ecléticas, lançam o que é novo, influenciam, possuem grande círculo de amizades, etc. O mundo It people é dono de um estilo que inspira um planeta de mulheres e homens admiradores da beleza, do sonho e de personalidade.
Uma It people contagia o ar por onde passa, é cativante e adorável. Transpira segurança e personalidade, possui grande auto-estima por se auto-conhecer, usa seus pontos fortes, sabe quem é e o que quer. Sempre se enquadra no ambiente, sabe se posicionar, alia seu comportamente ao look. Ser uma It People é muito mais do que ser uma expert no mix de peças e saber combinar, ou lançar tendências, é saber o COMO: como usar, como agir, como se expressar.
Sendo It Girl ou It Boy, as roupas são uma extensão da personalidade dessas pessoas. São reflexo de suas escolhas e seu olhar sobre o mundo. Lançadoras de tendências ou não, são pessoas com personalidade marcante e um estilo único. Por isso são alvo de muitos olhares e suas escolhas na hora de se vestir, cobiçadas.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Identidade visual: a comunicação entre a empresa e o cliente

“Marca é a soma intangível dos atributos de um produto; seu nome; embalagem e preço; sua história; reputação e maneira como ele é promovido. A marca é também definida pelas impressões dos consumidores sobre as pessoas que a usam; assim como pela sua própria experiência pessoal". [David Ogilvy]

... a identidade visual é um espaço reduzido e compacto que compreende vários conceitos, é a forma absoluta e sintética de representação . É uma correspondência figurativa, a marca pode identificar o “produto”, ou o “produto” pode remeter à marca. Algumas identidades visuais tornam-se ícones, como se marca e produto fizessem parte um do outro...

As identidades visuais expressam-se através de símbolos (desenho, marca), logotipos (letras) ou através da junção do nome com algum símbolo gráfico, a logomarca. É o elemento visual que identifica e diferencia de outros. Cada vez mais a logomarca basea-se em signos visuais e de design para uma boa visibilidade e reconhecimento no moderno e competitivo mercado. Uma logomarca bem feita representa de maneira clara ou subliminar a função de sua empresa.

"Marcas vencedoras não apresentam somente benefícios funcionais. Seu objetivo é criar também benefícios emocionais que levam a sua fidelização".

O primeiro passo para desenvolver uma identidade visual, é a criação do nome. Todo trabalho é baseado em uma apresentação detalhada sobre a empresa, o briefing. Os conceitos que serão passados para os clientes, a missão da empresa, os produtos ou serviços oferecidos, o posicionamento da mesma, se existe um diferencia a ser oferecido, os objetivos e estratégias de marketing, o público alvo, tudo é relevante para uma boa comunicação entre empresa e público.
Outro ponto bastante importante e que deve ficar claro na hora de criar uma identidade visual é a diferenciação de marca e produto. É bastante comum ouvirmos pessoas dizendo: "Preciso comprar um Bom-Bril" ao invés de simplesmente dizer: "Preciso comprar uma esponja de aço". Após alguns anos de propaganda e divulgação do produto as pessoas passam a incorporar a marca ao produto.
Outro ponto a ser levando em consideração, é a concorrência. Através dela pode-se perceber como o mercado enxerga a postura de uma determinada marca, como foi desenvolvida sua identidade visual e se é bem aceita. Além disso, pode-se encontrar qual será o diferencial e procurar expressar este na identidade visual da empresa.
Unindo todos esses elementos, definido o logotipo, o símbolo pode ser um elemento a mais para uma boa diferenciação e definição da logomarca. Mais do que chamar a atenção por suas formas e cores, as marcas, logotipos e logomarcas identificam e diferenciam sua empresa das demais.

Todas as características do produto são sempre ressaltas, e a credibilidade da marca é reafirmada pelo "garoto propaganda" da marca (desde muito sempre o mesmo) e outras celebridades.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A vez dos pequenos

Tal pai, tal filho, diz o ditado. Ainda hoje podemos tomar essa máxima popular como realizável? Sim. E não. No que diz respeito à escolhas, notamos duas vertentes no comportamento infantil: os pais são modelos em quem se espelhar e a existência do pensamento “acho que sou grande o suficiente para tomar minhas próprias decisões”.
Começando pela segunda perspectiva, é visto que as crianças de hoje nascem em um mundo diferente das gerações passadas, são totalmente ligadas à tecnologia e possuem facilidade de acesso à informação. De certa forma, esse estilo de vida contemporâneo desde muito cedo começa a moldar a personalidade dos pequenos. O que cerca o mundo deles é o que influencia sua maneira de agir e de vestir. Recebem influências, principalmente, desse mundo tecnológico e da mídia, com seus desenhos animados e ídolos, que se tornam referência de comportamento e estética. Por outro lado, é notável o poder que elas possuem de analisar e possuir um julgamento próprio para o que pode ou não ser bom para elas, a ponto de optarem por suas preferências, ou seguirem os conselhos dos pais. Nesse aspecto se encaixa a figura paterna/materna, forte o suficiente para transmitir uma imagem positiva, de segurança e confiança para as crianças. Quando há esse relacionamento com a imagem do pai ou da mãe, é que vemos, nos pequenos, o espelho das atitudes e elementos do visual paternal.
Com essas mudanças de comportamento, o foco da indústria indústria e do marketing passa diretamente para o público infantil, especialmente os jovens, que detêm um maior poder influenciador e de decisão, tanto quanto os próprios pais. Mas ao mesmo tempo há a preocupação com a opinião dos adultos, os pais que ainda escolhem pelo menores e são aqueles que possuem a decisão de compra.
Essa influência exercida pelos pais se reflete no vestuário infantil, nesse inverno, as tendências do mundo adulto se transformam em tendências para as peças infantis, representadas por cores, estampas e formas. A palavra-chave é versatilidade, aliada ao conforto que são características imprescindóveis para que o vestuário infantil seja usável, realista e prático. As peças são bem trabalhadas, impera a mistura de materiais e tecidos, criando a coexistência do étnico e do moderno. Os temas presentes no universo infantil são: Romance, Esporte e Étnico. Foco nas texturas, o jogo de sensações e experiências bastante exploradas nessa fase, detalhes artesanais e suaves, estampas étnicas, naturais, geométricas e desenhos animados, sobreposições e recortes.

sábado, 8 de agosto de 2009

Brasil em Paris

Gustavo Lins, foi o primeiro estilista brasileiro a ser convidado ao exclusivo círculo da Câmara de Alta Costura parisiense. Gustavo se apresenta desde 2008 na semana de alta-costura de Paris, suas criações desfilaram ao lado de grandes nomes da alta-costura: Chanel, Lacroix, Dior, Armani, Valentino, Gaultier.....
Mineiro e arquiteto por formação, Lins explicou que sempre esteve “interessado na arquitetura das peças do vestuário e pelo contato das peças com o corpo”. Foi em Paris que se formou como estilista, e construiu 17 anos de carreira trabalhando ao lado de grande nomes da moda, entre eles John Galliano. "Lá aprendi meu ofício de estilista, mas continuo sendo arquiteto na minha forma de pensar e construir, e o que me interessa é criar a idéia de movimento através das formas fixas", coloca o estilista.
Como referencial, Lins coloca a cultura da arte barroca mineira como ponto forte para ele. Ele transita entre a arquitetura, a moda e a arte contemporânea, passando de uma coisa a outra é que encontra suas referências. E complementa quando lhe questionam sobre a brasilidade de seu trabalho: "Eu me formei como estilista em Paris e aprendi o ofício trabalhando em Paris, o que faz com que minha forma de trabalhar e de pensar as peças de vestir seja parisiense. Mas sou brasileiro e em mim está a mistura. As pessoas me perguntam às vezes em que meu trabalho é brasileiro, porque não vêem nada brasileiro aqui. Eu respondo que isto é brasileiro porque eu misturo materiais inesperados, como a lã, a seda, o linho e o algodão e os pesponto até o fim, crio vínculos: isto é o Brasil, somos gente de origens diferentes que falamos a mesma língua, que temos os mesmos códigos de comportamento. O Brasil é isso, um 'melting pot' no qual toda essa gente tem que se entender".


Propostas para outono-inverno 2009

domingo, 26 de julho de 2009

Moda, Indumentária e Comunicação

Moda é uma forma de comunicação. Mas a moda poderia ser comparada à linguagem oral e escrita, já que as duas possuem a mesma função, a de comunição? Na linguagem, cada palavra já possui um significado. Como o significado se relaciona com a roupa?
Do ponto de vista da comunicação podemos interpretar dois sistemas de interação: o “processo” e o “semiótico”. A remessa e recebimento de mensagens, caracteriza o “processo”. O significado parte do remete. A indumentária é o meio pelo qual o transmissor difunde sua mensagem. Nesse movimento, envio e recebimento de mensagens, a comunicação pode ocorrer de forma falha. Dessa interação ocorrem mudanças, há um afetamento de comportamento recíproco, afetando principalmente o receptor, o qual pode interpretar de outra forma a mensagem do remetente.
O modelo semiótico, percebe o indivíduo numa interação social como pertencente a um grupo. Onde ocorrem a produção e a troca de significados através da comunicação, uma negociação de significados. Esse processo de significação depende da experiência cultural e expectativas de cada participante, o importante é o processo de troca, o significado é trazido como consequência da interação. O relevante são as diferentes possibilidades, não o significado como algo inteiramente pronto.
Associando esses conceitos à idéia da relação moda-comunicação, considerar a roupa como possuidora de um, e apenas um significado é falho. Pois, o usuário não se vestiria a fim de transmitir o significado da roupa, mas sim se transmitir através da indumentária. A roupa se apresenta como uma interação de significados, e não possuidora de um significado pré-estabelecido. É, sim, uma forma de comunicação que apresenta o significado como um fim.

sábado, 18 de julho de 2009

Arte Tecnológica


Telas não são mais trabalhadas apenas com pincéis e tintas. Pontos e vetores constroem as novas composições. Das telas do computador surgem as imagens, precisas, quase reais. A quase perfeição das linhas que os pintores do Realismo tentavam reproduzir. Chegamos a um novo movimento, o “Realismo Virtual”.
Linhas duras e rígidas transformam-se em traços suaves que inventam paisagens, objetos, pessoas. Reinventam um mundo enquadrado nos padrões das máquinas, mas uma esfera visualmente livre, sem horizontes. Novas dimensões para interagir, novos ângulos explorados, virados e revirados, em apena um clique. Quantas obras-de-arte não seriam destituidas de seu propósito com apenas um borrão? No mundo virtual existe o Ctrl+Z!
O Inglês Jason Brooks é um designer gráfico com estilo. Dono de um trabalho minucioso e preciso. Estilos de vida variados e o luxo predominam em suas composições, inspiradas em suas aventuras e viagens. Um dos primeiro no seu campo abraçar e popularizar a informática, se tornou muito bem sucedido, é um dos expoentes da ilustração de moda.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Beleza singular, um novo olhar

Cultura de massa, a era da massificação está sendo superada. Hoje, a diferenciação, a singularidade, e o eu, prevalecem. Bem-vindos à era do individualismo.
A beleza não está contida em nenhum esteriótipo montado, ela se encontra na singularidade. Somos desatentos de mais para prestar atenção ao que nos rodeia. E o medo de romper com os significados pré-estabelecidos é grande, pois é mais fácil e cômodo aceitar, e “compreender” o que já conhecemos e estamos familiarizados. Eis o por quê de pré-julgarmos as pessoas por sua aparência enquadrá-los em um esteriótipo. Estes processos ocorrem tanto consciente como insconscientemente em cada pessoa, são sistemas inatos à educação que recebemos da sociedade em que vivemos. Esta atitude facilita nosso contato com as pessoas, pois temos a enganosa impressão de conhecer com quem estamos lidando.
Abrir-se para o estranhamento, que seria a derrubada de barreiras e concepções pré-formadas, se torna difícil relevando a cultura que nos foi ensinada. Deixar-se seduzir por algo novo, eis o encantamento de descobrir novos arranjos estéticos.Cada ser possui um olhar sobre o belo, o feio, o certo e o errado, a isso, também, se atribui o nome de singularidade.
O homem acredita possuir o poder de tudo controlar, vivendo em uma lógica binária, onde só residem pares opositivos, como: o certo e errado, belo e feio. A queda destes conceitos seria o caos, a desordem, pois o ser não consegue coviver com a multiplicidade, aglutinar diferentes noções para estes conceitos. Porém, este caos é a semente para um novo pensamento, essa desordem que caracteriza o pensamento complexo, e não simplista ao qual estamos treinados para o cotidiano, supõe abertura para a aleatoriedade, transformações e novas relações. O estranhamento é a chave para a identificação da beleza singular.

domingo, 7 de junho de 2009

Universo masculino: movimentos e interferências

Um assunto vem aterrorizando o inconsciente coletivo ultimamente, principalmente o inconsciente masculino. O causador foi a aparição do estilista americano Marc Jacobs de saias. Sim, saia mesmo: estilo envelope, lisa e preta, estilo tradicional. Uma saia vestindo um homem! Polêmico, mas Jacobs não foi, nem é o único a utilizar saias ou fazer experimento com elas. O registro mais tradicional e clássico que temos são os kilts, as famosas saias dos escoceses. Na antiguidade, era a roupa dos homens comuns; na Roma antiga, dos poderosos e másculos gladiadores; até a nobreza e o clero se utilizavam das saias e batas-vestidos. Esses são os registros históricos. Hoje, nomes como Jean Paul Gaultier, Comme des Garçons, Yohji Yamammoto e Thom Browne, em algumas de suas coleções já interpretaram o clássico feminino para o guarda-roupa masculino. No Brasil, no ano de 1956, o artista plástico Flávio de Carvalho desfilou pelas ruas uma versão abrasileirada da peça em uma performance-experimento. Estilistas nacionais como Alexandre Herchcovitch, João Pimenta e Mário Queiróz, também, já realizaram algumas brincadeiras com a peça. Ok, tudo bem, são experimentos no mundo fashion. Por enquanto. Em um rápido passar de olhos, até parece o início de uma segunda revolução feminista, ou uma nova tendência metrossexual. Até pode ser, mas a preocupação com a aparência, a estética e com coisas ditas femininas não vêm de agora. Tomando como referência o metrossexualismo, o qual foi uma questão que causou certo incomôdo em seu início, tracemos um paralelo: o enaltecimento da imagem, a preocupação com o eu e a apresentação pessoal data do dandismo (movimento de antimoda masculina no século XIX). Os dândis eram homens elegantes, de extremo bom gosto, intelectuais, sedutores, exóticos, excêntricos e por vezes escandalosos. O que estes homens não conformados com os padrões estéticos da época buscavam era uma redefinição da estética em voga, contra a ostentação e rebuscamento dos trajes daquele período. Esse movimento acabou por originar um novo arquétipo do homem urbano, sem abandonar os cuidados com a estética e a busca da beleza. Esse novo homem, com as interferências do progresso, da necessidade de todos os homens trabalharem, não importando a classe social, trouxe uma série de modificações para o vestuário masculino. O resultado destas modificações, de modo geral, se apresenta no dia-a-dia do homem urbano atual. A moda masculina possui um ciclo de renovação mais lento, porém, atualmente esse ritmo está mais acerelado, propondo experimentações e modificações, modificações sutis e bem construídas. Se compararmos com o universo feminino, a moda masculina se mostra mais clássica e duradoura, ainda hoje não se compara com a ciclicidade e efemeridade impostas à moda feminina. Vemos uma grande evolução na moda masculina: uma vasta gama de opções, estilos, liberdade de escolhas e experimentações. Se gostar, por que não? Quantas coisas não eram restritas a apenas um gênero e hoje fazem parte de outros universos. Por exemplo, há algumas décadas atrás, a imagem de uma mulher de calças era impensável, agora faz parte do dia-a-dia. É tudo uma questão de hábitos e cultura.

Dândis - Chanel Inverno 2009

Mário Queiroz Inverno 2009

Mário Queiroz Inverno 2009

Do Estilista Inverno 2009

Auslander Inverno 2009

Mário Queiroz Inverno 2009

Comme des Garçons Inverno 2009

Marc Jacobs

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Do arquivo IV (final)

Quarto dia, Eixo 2: Antropologia e Consultoria de Imagem


O último dia tem início. Marcado por muitas abstenções e atrasos. O grupo de trabalho “Teorias de Moda: Ciências Humanas e Sociais” foi composto por apenas duas autoras. Apesar das faltas, foi bastante proveitoso, discutindo-se moda e sua multidisciplinariedade.
Maria Luisa Célia Escalona de Dois apresentou um “Estudo antropológico sobre a noção de estilo nas publicações de moda” . Através de uma análise das questões de moda apresentadas em revistas, Maria relacionou de que maneira os símbolos e conselhos publicados são utilizados pelas leitoras, de que forma elas entendem e percebem esses códigos.
Em “Moda e Modas: modelos teóricos comparados”, Mercedes Lusa Manfredini apresenta um estudo sobre o ciclo de difusão da moda teorizados por estudioso de diferentes áreas, demonstrando a multidimensionalidade da moda.
Essa foi a grande questão levantada e discutida: a multidisciplinariedade da moda, não a moda vista somente como vestimenta, mas o conceito moda. Como a moda está inserida em diversas áreas e como diversas áreas se apropriam da moda. A moda está em tudo e tudo está na moda.

Do arquivo III

Terceiro dia, Eixo 5 – Comunicação e códigos

No eixo cinco das comunicações orais a temática foi “Moda e Comunicação”. A relação da mídia e a comunicação de moda foi apresentada em sete diferentes trabalhos.
Ana Maria Amorim Mitidieri apresentou uma contextualização do vestido de noiva e sua significação nas diferentes épocas. Finaliza, concluindo que hoje há uma resignificação desse vestido, pois o vestido branco de casamento possui um significado diferente de quando vestido pela Rainha Elisabeth, como sinônimo de força e poder.
Yara Eleodora Vasconcelos Teixeira, autora de “Emperiquitados e Engomadinhos: Um estudo sobre a moda e o consumo infantil”, trás seu olhar sobre a roupa infantil da década de 80. Constata a influência dos meios midiáticos quanto ao comportamneto de consumo, e como este meio, a partir da década de 80, influenciou fortemente a antecipação das idades e decretou um fim precoce da infância. Um trabalho que trás um estudo histórico e uma análise bem estruturada do contexto em que se deu a expansão desse movimento, traçando um pararelo com a conjuntura atual.
Lu Catoira, também, desenhou este paralelo. Seu trabalho trás uma reflexão sobre o movimento jovem do ano de 1968, e como 40 anos depois, esse movimento ainda tem repercussão e relevância para a cultura jovem e a na moda. Um texto repleto de referências e relações bem observadas.
Luciane Glaeser e Cleide Floresta desconstroem um visão simplista do “Neutro”, trazendo esse pensamento para um universo de ambigüidades, e transportam essa idéia para o universo da moda. Ao final, materializam essas conexões na figura do jeans.
Apresentando o fenômeno fashion das primeiras “ecobags”, Marilei Catia Fioreli põe em discussão a validade da preocupação ecológica em ações guiadas pela mídia.
Daniela Aline Hinerasky analisa, também, essa influência que mídia no produto SPFW. Classifica o evento como um espetáculo comercial, e expõe o fato de diferentes mídias se apropriarem desssa notícia através de uma lógica midiática própria do veículo. O como cada mídia se utiliza dessas informações do modo que melhor lhe aprouver e que seja de seu interesse, objetivando seu público-alvo.
Encerrando, Diego Andia de C., Cecília de Paula de Souza L. e Carla Alessandra Palmieri apresentaram um projeto diferenciado de canal de comumicação. A proposta é um portal on-line sobre moda, denominado Closet.
Assim, finalizou-se mais uma rodada. Duas autoras não estavam presentes neste eixo.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Do arquivo II

Segundo dia, Eixo 4 – Design ergonômico e identidade

As comunicações orais do eixo quatro possuiam como temática o design e os processos de criação e produção. Os trabalhos apresentados abordaram principalmente a antropometria e a técnica de moulage. A importância do conhecimento do corpo e o respeito a sua forma anatômica, produzindo conforto, foi um aspecto bastante debatido. Com a disponibilidade de um tempo conciso para a exposição dos projetos, três trabalhos tiveram destaque. Sobre os mesmos, faço breves comentários a seguir.
“Estabelecendo um metodologia para medição do corpo humano”, autoria de Flávio Glória Caminada Sabrá, Cristiane Souza dos Santos e Patrícia Martins, tem como base o projeto de medição antropométrica, realizada pelo Senai/CETIQT, a fim de construir uma tabela de medidas única para o país. Flávio ressalta ser de grande importância entender o público, investigar esse corpo, e seus desejos.
Yaeko Yamashita expôs em “A Moulage como processo criativo do estilista contemporâneo”, o processo de trabalho envolvendo a técnica de moulage. A moulage faz parte da moda contemporânea, explica, também, que esse processo de construção possibilita agilizar o desenvolvimento das peças.
Em “A moda Brasileira; uma avaliação sobre a busca da essência nas criações internacionais”, as autoras Jaqueline Morbach e Tais Rissi, expuseram a relação da moda brasileira com a moda internacional, a condição do mercado nacional de copiador e não lançador de moda com uma identidade própria. Algumas dificuldades presentes nesse terreno nacional da moda, faz com que a base das pesquisas de tendências sejam européias e americanas, dificultando a o desenvolvimento de um design com identidade brasileira.

domingo, 3 de maio de 2009

Do arquivo I

Segundo dia, Eixo 3: Subjetividade, História e Aparências

Começando com um certo atraso em função da localização do auditório, iniciou-se o grupo de trabalho “Moda, Processos de Criação e Produção de Subjetividade”, comandado pelo simpatia de Rosane Preciosa e Cristiane Mesquita. Construindo a discussão um grupo multidisciplinar constituido por designer, pesquisadora, historiadora, arquiteta e figurinista, composto por Rita Andrade, Cristiane Mesquita, Lia Marcia Borges de Abreu, Rosane Preciosa Sequeira e Beatriz Ferreira Pires. Apresentando diferentes interfaces, propondo a discussão, gerada através da inquietação, da intervenção, construindo assim conhecimento. Um local que mobilize questões e gere formas escritas de pensamento, Rosane introduz o GT.
O grupo inicou com a exposição de Rita Andrade, com o título “Biografia Cultural das Roupas”. Sua tese partiu do estudo de um vestido parisiense datado de 1927, doado ao museu Paulista. O direcionamento do estudo não se deve ao testumunho de época que o objeto possui, mas sim pelas histórias que carrega. A investigação deve desdobrar-se para além da interpretação do momento de criação do objeto, deve-se relevar sua circulação social, as intervenções pelas quais passou, todos os momentos de construção. Esses vestígios fazem parte da interpretação do objeto, seu papel dentro da história. Este objeto não está no passado, mas sim no presente, não vestindo, mas sensibilizando.
Não estava programada, mas foi uma grande surpresa a apresentação da arquiteta Beatriz Pires: “Corpo – de objeto passível das mais diferentes formas de representação a suporte passível das mais diferentes linguagens”. Beatriz trouxe à discussão a arte Boby Modification, colocando o corpo como suporte passível das mais diferentes linguagens. Propõe duas correntes para essa apropriação: inserir-se no contexto contemporâneo, onde a plástica é um dos meios de transformação; ou, pela diferenciação, procurando uma estética diferente das formas inatas, humanas. Beatriz trouxe algumas imagens que ilustram esse movimento a fim de representar a busca dos adeptos do Body Modification por novas experiências através do próprio corpo. Essas transformações provocam um grande estranhamento. Eles procuram aprender o mundo de forma total através destas experiências com o corpo. Há dor sim, mas aprendem a controlá-la, “sentir” a dor (para nós) é diferente de observá-la (para eles), pois toda a dor é uma ruptura física e espiritual. É uma ruptura da identidade coletiva, desse corpo humano que nos identifica e aproxima como homens.
A seguir Lia de Abreu apresentou “Produzindo Figurino”. Lia coloca o figurino como processo de criação, transformação, reapropriação, retrabalhamento de códigos e representação. Numa relação moda versus figurino, a moda se preocupa na confecção de peças, no “em série”, enquanto o figurino confecciona a peça, executa um trabalho único. Possuir de uma função representativa necessita de um tratamento especial e de vivência das peças, cada roupa precisa ser trabalhada, um figurino não comporta peças “novinhas”, vazias. Ambas se aproximam na preocupação com a produtividade, vestibilidade e custo. “Transformar é a alma do negócio”, ressalta Lia. Enfatiza que é importante possuir um olhar para as diferenças, entender o por que, o como e onde aconteçem “as coisas”.
“Biopolíticas da Aparência”, um recorte da tese de Cristiane Mesquita, propõe o corpo como locus subjetivo, a aparência e constituição de si. É importante pensar o corpo. Nesse “aparecer”, todos possuimos redes estratégicas de poder, todos somos emissores e receptores desse poder.
A fala de Rosane Preciosa abordou “Considerações sobre moda e memória”. O trabalhou abordou a questão da memória revisitada, a incessante volta ao antigo por parte da moda. Um passsado renovado, reciclado ao gosto da época, mas com fins comerciais, “tratam-se de memórias inventadas”, afirma Rosane, há a comercialização de modos de vida. Em épocas de incerteza, nos voltamos para nós, para nossa memória, que é o campo seguro. Alerta que “supervalorizar a memória pode indicar falta de perspectivas para o futuro”.
Após a exposição dos participantes, foi aberto um espaço para discussão temática. Encerrando a manhã com colocações, trocas e bom humor.

sábado, 2 de maio de 2009

Revirando o Arquivo

Sim, "arquivos" sempre são úteis, ainda mais aquele velho, bom e surrado caderninho de anotações, que pelo menos eu tenho o custume de levar para cima e para baixo.
Dias 11, 12 e 13 de maio acontece por aqui o Moda Insights, um ciclo de palestra e mesas redondas sobre moda. Sobre esses eventos, revirando o arquivo, achei um documento com textos meus sobre o Colóquio de Moda 2008, fiz a cobertura de algumas das palestras durante o evento. Irei postar uma série de alguns desses textos (quatro ao todo, divididos por dia), são mais de caráter jornalístico, mas acho válido divulgar as idéias apresentadas, que podem, no decorrer da tragetória de cada um, virem a ser muito úteis, seja como fonte de pesquisa, fonte de inspiração ou a simples reflexão.

domingo, 5 de abril de 2009

Eu, etiqueta

Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
Seja negar a minha
Identidade. eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio.
Ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anuncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
(Carlos Drummond de Andrade, 1984)

sábado, 21 de março de 2009

Um cardápio chamado moda


A moda está democratizada! Alguém decretou tal sentença. Isto significa que hoje tudo, ou quase tudo é permitido e possível em se tratando de vestimenta.
Ok. Mas analisando o aspecto empresário-comercial da questão: a cada nova estação, propostas são lançadas ao público e novas coleções são incorporadas aos pontos de venda. As semanas de moda surgem com este intuito, o de comercializar mais e mais peças. Mas estes eventos são idealizados camuflando a fachada comercial, para o público, são envoltos em uma atmosfera sedutora e construtora de sonhos e anseios. Novos desejos são criados e comercializados. A cada novo lançamento somos bombardeados com objetos atraentes, verdadeiramente desejáveis, e quando nos damos conta estamos mudando com a coleção.
Assim como as tendências, os gostos possuem prazo de validade, é um ciclo. O que era atraente e usável na estação passada, de acordo com a tendência atual passa a ser menos sedutor. Quem prefere um estilo que não é o da vez ou procura propostas de outras coleções ou procura muito pelo que realmente quer, ou contente-se com o que é exposto agora. Mas o que de fato acontece é que nos apropriamos destes lançamentos. Quando percebemos nos encontramos atraídos e dominados por estas novas propostas: nessa estação são estas peças que traduzem quem sou agora. Logo, nos renovamos a cada estação, mudamos, brincamos, nos encontramos e nos perdemos. Um elemento que outro, invariavelmente será adotado, pois as necessidades e desejos criados são muitos. E quem não gosta de uma novidade?
Tendências obedecem a sistemas específicos de difusão, a moda não obedece ao acaso, é fruto de uma escolha coletiva. Ela responde a um tipo de sensibilidade específica, consagrada pelo culto ao novo e à mudança. As tendências podem ser comparadas a um rodízio, porém meio limitado: acabado os ingredientes, ou substitui-se ou retira-se do cardápio.

terça-feira, 10 de março de 2009

Reunião de amigas, chá da tarde e.... muitas roupas!



Roupas velhas, usadas e dispensadas, tem como destino: doações, brechós ou o lixo! O que fazer com esse material? Doações são iniciativas nobres. Brechós também são uma boa alternativa. Porém esses lugares acabam tornando-se um depósito de pó e mofo, as roupas esquecidas lá por seus antigos donos, são substituidas por novas mercadorias. Futuramente, essas novas aquisições se tornarão mais material descartado, lixo. O problema em si, é o consumo desenfreado, o qual gera uma quantidade considerável de lixo, que acaba não sendo encaminhado a um destino adequado. Você sabe onde vai parar esse lixo todo?

Um grupo de amigas cansadas de emprestarem suas roupas para outras amigas, as quais possuem sérios problemas de memória, sempre esquecendo de devolver o objeto em questão, construiram uma admirável iniciativa, coordenando uma solução para esses dois prolemas: o de excesso de lixo produzido pela moda, e de ver sempre a amiga com suas roupas. Em Londres, de tempos em tempos, é realizado um chá-bazar onde, ao invés de possuir caráter beneficiente, ele se preocupa com a sustentabilidade. Não, não é necessário doar fundos para o “salvem o planeta”. Cada pessoa leva o que “cansou” de usar e troca, troca até mesmo pelo desejado vestido vermelho da amiga.

Esta é uma forma de reduzir o impacto causado pela indústria da moda no meio-ambiente. A indústria produz, produz, nós compramos, compramos, compramos, e, fechando este ciclo, o mercado faz com que os consumidores descartem, joguem fora o ultrapassado para poder reiniciar o processo.

Aplaudo, sim, essa iniciativa. Sendo assim, no final saem todas contentes, roupas “novas” ao invés de emprestadas, e amigas felizes contribuindo para uma moda mais sustentável.

terça-feira, 3 de março de 2009

Sentando no lixo!


Lixo... uma montanha de coisas, coisas inúteis, usadas e por vezes sujas. Sozinhas são apenas formas disformes, formas vazias. O que fazer, por exemplo, com garrafas PET destinadas ao lixo comum? Experimentando, foi assim que a Fundação Movimento Ondazul encontrou uma solução inteligente e até divertida: móveis com garrafas PET coletadas.

A cooperativa criada na comunidade de Vigário Geral e, também, atuante em Salvador, na Bahia, cria e produz pufes cheios de estilo, tirando de circulação mais de 13 mil garrafas PET, que antes seriam simplesmente descartadas. Este projeto compreende a arte e a sua utilização como meio para o desenvolvimento da cidadania e da auto-sustentabilidade. Essas peças são fonte extra de renda para os catadores. Algumas peças já forma exportadas para a Inglaterra e expostas na Casa Cor Bahia 2007.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Algumas relevâncias sobre tendências



Tender para, atraído por, predisposição, inclinação, aquilo que leva a agir de uma determinada maneira, são alguns conceitos etimológicos que definem tendência. Dentro da sociedade contemporânea, este conceito é construído com base nas idéias de movimento, mudança, representação do futuro, evolução, e sobre critérios quantitativos. Por ser uma manifestação dinâmica, a tendência é caracterizada pela idéia do movimento que se esgosta em si mesmo, tende para um fim. É um fenômeno temporário, constituido por diferentes fases, estruturadas por pontos culminantes e decadentes, passando do entusiasmo ao desinteresse.

Para a moda, tendências são quaisquer fenômenos de polarização pelo qual um mesmo objeto seduz simultaneamente um grande número de pessoas. Quando escasseiam os motivos para preferir um objeto a um outro, podemos ter certeza de que se trata de uma tendência. Terminado um ciclo, inicia-se outro, onde o novo torna obsoleto o que lhe era anterior. A moda não obedece ao acaso, é fruto de uma escolha coletiva. Ela responde a um tipo de sensibilidade específica, consagrada pelo culto ao novo e à mudança.

Na verdade, tendências englobam sistemas complexos que sofrem variações, devendo ser considerados como um todo. A interpretação do que ocorre no macro-ambiente, ambiente composto pelas esferas econômica, social, política, tecnológica e natural, levando em conta gostos diferenciados, o comportamento e os valores adotados pelo indivíduos, conduzem à observação e detecção de sinais. A sensibilidade para identificar e traduzir estes sinais que são complexos e sutis, se mostra extremamente importante no trabalho de interpretar e detectar tendências emergentes. O resultado desta tradução não é apenas uma direção a ser seguida, mas a percepção de condições possíveis e plausíveis com relação ao futuro.

Dois grandes princípios regem a temporalidade das tendências e evidenciam a essência pós-moderna da moda: “amor pela mudança e influência determinante dos contemporâneos”.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Celebridades, modismos e uniformização da massa


E no tapete vermelho... O último lançamento, a mais nova tendência, a última invenção no círculo dos famosos... Gisele saindo com um sapato na cabeça! Corre, querida! Porque é o último grito fashion! E todas Marias e Joanas desfilam seus chapéus-sapato. Objetos mágicos, precisamos deles!

O simples ato de correr atrás desses objetos, tornam-nas vítimas dos modismos. Uma massa consumidora ávida de célebres novidades, todas uniformizadas, iguais. Mas o desejo de possuir o poder dessa peça, é mais forte. Na verdade o que importa, o que desperta esse sentimento é o status que esse elemento provoca. O possuidor tranforma-se por antropofagia em algo que gostaria de ser, o que muitos gostariam.

Celebrities vem e vão, querida! Assim como modismos são passageiros. Mas ser mais uma na multidão é um papel difícil. Então, corra à frente, coloque “seu sapato na cabeça” porque você quer, pelo que você gosta e se sente bem. Mas não use um fosforescente, por favor.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

E o selo vai para.....



E aí está: o primeiro selo do blog!!!
Muito obrigada à queris Bruna e ao amigo Matheus, do http://oultimoromance.wordpress.com/, vocês são ótimos.
Bom, então vamos às regras:
Quem recebe este meme deve escrever 6 curiosidades sobre si e indicar mais seis links;
1. Tenho uma ótima intuição, só às vezes não escuto ela...
2. Sou muito cabeça dura, e bato o pé quando sei que estou certa!
3. Tenho medo de tubarão, fico meio paranóica até aqui nas praias do sul....
4. Conservo um diário até hoje e tenho várias caderninhos de anotoções...
5. Adoro a Martha Medeiros. Ela é uma ótima escritora. Quando crescer quero ser igual à ela [hehehe]...
6. E a mais absurda... pelo menos eu acho ridículo... tenho muito nojo de barata!
E os indicados são: http://anadiveri.blogspot.com/, http://modapraquetequero.blogspot.com/, http://marcvisao.blogspot.com/, http://leradaelli.blogspot.com/, (preciso colocar os seis? o que importa é qualidade, não quantidade, hehe)

Bom, muchas gracias e espero continuar fazendo um bom trabalho... fico por aqui... esperando outros selos [hehehe]

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

REvolução Masculina


Ao se falar de moda, de vestuário, palavras essas que para muitos remetem a um universo dominantemente feminino. Os homens “não” são inseridos nesse universo de glamour, tendências e novidades, novidades e novidades. Mas quem disse que nada ocorre no universo masculino? Mudanças estão sempre ocorrendo, novos ciclos se iniciam, porém este é um processo de transição mais lento no cotidiano masculino.

O homem moderno possui um dia-a-dia mais dinâmico, não dispende horas e horas se arrumando. Tem um comportamento mais voltado para o trabalho, acompanha o ritmo desenfreado da sociedade moderna e capitalista. Assim, a moda masculina passou a ser austera, prática no vestir e no arrumar.

Alguns séculos atrás, ainda o homem se vestia com pompa e frivolidade, valendo-se assim de status. Isso ocorria em uma época totalmente adversa, onde a sociedade exigia um estilo de vida diferenciado, onde os homens abastados não precisavam se dedicar ao trabalho. Conforme a evolução deste modo de vida, e da necessidade do homem de inserir-se no mundo com seu trabalho, a ostentação e o padrão de vida do homem passaram a ser quesitos da mulher da família, através de jóias, roupas e pompa.

A moda masculina adaptou-se a inúmeros processos, demonstrando seu mérito. Tamanho mérito, que influenciou fortemente e ainda influencia a moda feminina, a qual é considerada o grande vetor do mundo fashion. Distingue-se assim, como a moda é influenciada diretamente pelo contexto social e cultural de cada época.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Na trilha das Índias


Por falar em tendências... uma das macro-tendência para o verão 2009 é o étnico, apostando fortemente nesta proposta, a TV Globo investiu no tema “Índia”. É no mínimo engraçado como a televisão, especialmente esta emissora, consegue difundir tantas tendências e de maneira tão veloz, possui, até mesmo, o grande poder de influenciar o comportamento dos espectadores. Moda é comportamento e, também, cultura. Cultura faz parte da moda, assim como a moda é reflexo das culturas. Sendo assim, proponho-me a assinalar alguns aspectos da cultura indiana, e, claro, apresentar algumas peças da indumentária indiana.
Para esta cultura cheia de símbolos a aquisição de conhecimento e a remoção da ignorância são fundamentos. A ignorância representa a escuridão e o conhecimento a luz. Estes conceitos são simbolizados pela figura de uma lamparina, a deepak.
A sílaba “Om” é o som da meditação. Entoado no começo de todos os mantras, é o som da criação, representa o poder de Deus. Sempre presente em muitas imagens, a flor de lótus, possui um significado muito forte: esta linda flor cresce na água pantanosa, e mesmo assim não é afetada por ela. Assim como a flor nós devemos ficar acima do mundo material, apesar de nele viver. A swastica, um símbolo que no ocidente é relacionado ao nazismo, na verdade é uma benção, representa a auspiciosidade, bem estar e prosperidade. As divindades, são as muitas manifestações de Deus. E com seus vários braços, indicam as direções, a maioria indica os quatro pontos cardeais. Não há dúvida de que a religião rege muitos povos, e é, também, sua forma de expressão. Para o povo indiano, a literatura e poesia, assim como a arte, a pintura e escultura, que fazem referência às tradições e mitos, são formas de se conectar com o divino.
Além dos símbolos, muito forte na Índia é o cinema. Os indianos possuem um estilo próprio, o cinema bollywoodiano. “Bollywood” provêm de Bombay, o qual é o principal centro cinematográfico da Índia.
Muito colorido, mais e mais tecido, detalhes minuciosos, assim poderia ser resumida a vestimenta indiana. Na indumentária, o sari se destaca no mundo. É uma das mais antigas formas de vestimenta da mulher indiana, e a mais popular. O sari é o drapeamento de um tecido, vestido junto uma blusa. É uma peça muito sensual, pois ao mesmo tempo que cobre o corpo, revela as curvas do corpo femino. A princípio, um sari parece igual ao outro, mas eles se diferem no modo de amarrar, revelando uma região de origem diferente. No caso dos turbantes, uma maneira diferente de amarrar, representa uma religião diferente. Para as mulheres, outra peça importante é o Salwar Kameez: conjunto com motivos indianos bordados à mão. Para as indianas, é constante o uso de xales e estolas, em tecidos leves e coloridos. Os homens, assim como as mulheres, possuem uma roupa tradicional, o Kurta Pajama. Confeccionado em algodão ele se torna um pijama, já em um tecido como a seda, ele é utilizado para cerimônias formais. Os homens, também, possuem o sari, porém em uma versão masculina: o dhoti, um tecido comprido enrolado no corpo masculino.
Um país de contrastes, um povo colorido, místico, conservador, progressista, moderno, antigo... a Índia possui uma identidade cultural única.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

A efemeridade humana

Acordar para mais um dia e procurar seu “eu” de hoje no armário. Essa é a nossa rotina com nós mesmos. Como me sinto hoje, o que quero, o que não quero, como isso transita entre o nosso interior e exterior se reflete no comportamento, modo de agir e de vestir. É um processo cíclico. A moda é reflexo da efemeridade humana, reflexo dos seus desejos e necessidades.

O processo de renovação da moda além de ser um resultado das mudanças das estações, acompanha as manifestações da natureza humana. No calendário de moda, as coleções de inverno e verão deixam de ser as exclusivas. Lançamentos de meia-estação e mini coleções vêm se firmando, uma renovação cada vez mais rápida está acontecendo. Esse desejo por novidades, de recomeço se faz cada vez mais presente nas pessoas. Esse movimento de mudança rápida é que faz do ciclo da moda efêmero e transitório.

A moda acompanha essas transformações, e antecipa o surgimento desses valores nos lançamentos de novas coleções. O comportamento das pessoas é efêmero, comportamento é moda, logo a moda é transitória.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Corpos Estranhos



Pare! Preste a atenção. Observe esses corpos estranhos: você, quem está do seu lado, a pessoa à sua frente. Até que ponto a estética é tão importante assim? O quanto vale se sacrificar para manter uma aparência?

A artista francesa, Orlan, fez do seu corpo arte. A partir de 1990, apropriou-se da cirurgia plástica e de seu corpo como suporte de sua produção. Seu trabalho é a representação do processo cirúrgico e do que ele significa. Sua arte se refere ao corpo, à sua imagem enquanto corpo, ao corpo em si e a relação da pessoa com seu corpo. Critica o desejo e identidade corrompidos pelo comportamento consumista e auto-destrutivo. Seu trabalho com um tom irônico e teatral, demonstra os limites do corpo-sujeito.

Essa corrida desenfreda a fim de adaptar-se a padrões estereotipados tem seu preço. A arte carnal representada por Orlan é opositora à essas pressões sociais. A liberdade individual é afirmada e reafirmada nesse contexto, o conteúdo em detrimento do rótulo. A importância e significação do processo são visadas, não o resultado final. O processo de como é construida a identidade de cada um é o que deve ser valorizado.