sábado, 26 de maio de 2012

Backstage: uma espiadinha por trás das cortinas


Nova estação, novos lançamentos, desfiles, novas tendências, tudo novo, fresquinho, deslumbrante! Aproveitando o embalo de desfiles e fashion shows, esta poderia ser mais uma matéria sobre tendências de moda para a próxima estação, mas não. Proponho dissertar sobre outras vertentes, como: o consumo, moda nacional, desejos, o que fazer com o seu “antigo” guarda-roupa, decifrando desfiles, etc,  pois as informações sobre tendências e novos modos estão acessíveis em diversas mídias e diferentes veículos. Iniciando a série, vamos dar uma volta pelos bastidores...
Que a moda é uma grande indústria, já sabemos, exemplo disso é a São Paulo Fashion Week que, atualmente, recebe uma projeção tão grande, se comparada a grandes eventos se mostra apenas um pouco inferior a cobertura dedicada ao futebol durante a Copa do Mundo. Que a moda se faz valer dos desejos das pessoas isso é indiscutível, porém, não se trata de apenas um mundo lúdico e glamouroso. Há todo um trabalho intenso de pesquisa e decodificação de desejos, tendências e indicadores comerciais, que inicia um ano antes do lançamento da coleção. O desfile é apenas a “cereja do bolo”, a apresentação do resultado final  na forma de um produto de Moda (englobando a cadeia de vestuário, acessórios e calçados). 

Esta apresentação final é revelada de forma lúdica, pois é assim que a moda seduz, criando uma atmosfera que encanta e desperta desejos. O conceito da coleção apresentado na passarela é potencializado por um cenário elaborado, uma trilha sonora coordenada, modelos exuberantes, acessórios máxi, looks cuidadosamente montados, uma peça chave e enriquecido por pequenos detalhes ou grandes extravagâncias, a ordem é seduzir! Esse jogo é bem observado nos desfiles de alta-costura, onde o glamour impera, onde criações minuciosamente elaboradas ou extravagantes ganham vida (criações conceituais). Nota-se, em outras esferas (desfiles de prét-à-porter), que as peças apresentadas vem se tornaram cada vez mais comerciais, porém, peças chaves (criações conceituais) são essenciais para dar o tom a coleção, “As vezes, a roupa de passarela é inviável para o uso cotidiano e, comercialmente também, pelo preço e pelo volume de produção”, comenta Camila Bastos (Estilista da Espaço Fashion) em entrevista. 

Fazendo uma análise macro deste trabalho apresentado, nota-se que  os eventos de moda no eixo nacional alcançaram uma qualidade que até pode-se comparar, não digo com os eventos internacionais, mas sim com a própria alta-costura. O preciosismo técnico e profissionalização dos designers evoluiram consideravelmente nas últimas coleções, trazendo um trabalho rico e consistente. Mas ainda sentimos falta de uma certa bossa bem brasileira em algumas coleções. Não digo algo caricato, tupiniquim como era rotulada a moda brasileira, mas sim com um tempero brasileirinho.
Agora, é só pegar a cadeira e sentar-se nas primeiras filas dos próximos desfiles estão por vir.

domingo, 13 de maio de 2012

Os corpos e a Moda


O corpo se encontra em evidência na sociedade atual, além de ser um meio de auto-afirmação, o corpo é meio de expressão de status, de poder, de sedução, etc. Moda e corpo nunca estiveram tão ligados, a vestimenta se incorporou ao corpo de tal forma que se transformou em uma segunda pele. A roupa é parte integrante da identidade da pessoa, é a forma como ela se mostra para o mundo. A moda tem como característica o efeito de criar desejos, promover a insaciedade do indivíduo, que, adota as mais novas estratégias lançadas na busca uma imagem ideal e da eternização de uma imagem. Essas mudanças não partem apenas das tendências de moda, mas são fruto de contextos histórico, social e cultural, os quais contribuíram para a evolução de um padrão corporal. Na tentativa de saciar este desejo, os corpos se submetem aos desejos e vontades do indivíduo. O meio mais fácil de mudança, considerando a velocidade com que novas tendências são lançadas atualmente, é adotar novos shapes provindos de decisões da moda, redesenhando a silhueta com as últimas  tendências de moda.
É percebido o simbolismo que a moda possui, especialmente no sentido de auto-afirmação. A moda por seu apelo simbólico e estético, vende imagens de poder, criando desejos, situação essa que guia as pessoas pelo impulso, apesar das pessoas, hoje, possuirem informação de moda e serem bastante atualizadas. Pórem, a grande maioria não se consideram pessoas dentro da moda, e, também, não julgam possuir estilo próprio. Tal situação denota insegurança por parte dessas pessoas, que se valem da moda de modo a buscarem auto-afirmação e serem aceitas.
Na sociedade contemporânea têm-se um corpo fabricado e construído por ideais estéticos ditados pela própria sociedade. A reconstrução destes corpos é impulsionada por valores estéticos inerentes a essa sociedade, pela necessidade de embelezamento que o indivíduo sente, gerando em sequência um movimento de pertencimento dentro de grupos. Sendo assim, esse indivíduo utiliza de artifícios a fim de se fazer aceito e, entre estas armas encontra-se a moda, o vestuário que é uma das principais formas dele se manifestar por ser um meio maleável, adaptável e possuir essa característica efêmera.