sábado, 21 de março de 2009

Um cardápio chamado moda


A moda está democratizada! Alguém decretou tal sentença. Isto significa que hoje tudo, ou quase tudo é permitido e possível em se tratando de vestimenta.
Ok. Mas analisando o aspecto empresário-comercial da questão: a cada nova estação, propostas são lançadas ao público e novas coleções são incorporadas aos pontos de venda. As semanas de moda surgem com este intuito, o de comercializar mais e mais peças. Mas estes eventos são idealizados camuflando a fachada comercial, para o público, são envoltos em uma atmosfera sedutora e construtora de sonhos e anseios. Novos desejos são criados e comercializados. A cada novo lançamento somos bombardeados com objetos atraentes, verdadeiramente desejáveis, e quando nos damos conta estamos mudando com a coleção.
Assim como as tendências, os gostos possuem prazo de validade, é um ciclo. O que era atraente e usável na estação passada, de acordo com a tendência atual passa a ser menos sedutor. Quem prefere um estilo que não é o da vez ou procura propostas de outras coleções ou procura muito pelo que realmente quer, ou contente-se com o que é exposto agora. Mas o que de fato acontece é que nos apropriamos destes lançamentos. Quando percebemos nos encontramos atraídos e dominados por estas novas propostas: nessa estação são estas peças que traduzem quem sou agora. Logo, nos renovamos a cada estação, mudamos, brincamos, nos encontramos e nos perdemos. Um elemento que outro, invariavelmente será adotado, pois as necessidades e desejos criados são muitos. E quem não gosta de uma novidade?
Tendências obedecem a sistemas específicos de difusão, a moda não obedece ao acaso, é fruto de uma escolha coletiva. Ela responde a um tipo de sensibilidade específica, consagrada pelo culto ao novo e à mudança. As tendências podem ser comparadas a um rodízio, porém meio limitado: acabado os ingredientes, ou substitui-se ou retira-se do cardápio.

terça-feira, 10 de março de 2009

Reunião de amigas, chá da tarde e.... muitas roupas!



Roupas velhas, usadas e dispensadas, tem como destino: doações, brechós ou o lixo! O que fazer com esse material? Doações são iniciativas nobres. Brechós também são uma boa alternativa. Porém esses lugares acabam tornando-se um depósito de pó e mofo, as roupas esquecidas lá por seus antigos donos, são substituidas por novas mercadorias. Futuramente, essas novas aquisições se tornarão mais material descartado, lixo. O problema em si, é o consumo desenfreado, o qual gera uma quantidade considerável de lixo, que acaba não sendo encaminhado a um destino adequado. Você sabe onde vai parar esse lixo todo?

Um grupo de amigas cansadas de emprestarem suas roupas para outras amigas, as quais possuem sérios problemas de memória, sempre esquecendo de devolver o objeto em questão, construiram uma admirável iniciativa, coordenando uma solução para esses dois prolemas: o de excesso de lixo produzido pela moda, e de ver sempre a amiga com suas roupas. Em Londres, de tempos em tempos, é realizado um chá-bazar onde, ao invés de possuir caráter beneficiente, ele se preocupa com a sustentabilidade. Não, não é necessário doar fundos para o “salvem o planeta”. Cada pessoa leva o que “cansou” de usar e troca, troca até mesmo pelo desejado vestido vermelho da amiga.

Esta é uma forma de reduzir o impacto causado pela indústria da moda no meio-ambiente. A indústria produz, produz, nós compramos, compramos, compramos, e, fechando este ciclo, o mercado faz com que os consumidores descartem, joguem fora o ultrapassado para poder reiniciar o processo.

Aplaudo, sim, essa iniciativa. Sendo assim, no final saem todas contentes, roupas “novas” ao invés de emprestadas, e amigas felizes contribuindo para uma moda mais sustentável.

terça-feira, 3 de março de 2009

Sentando no lixo!


Lixo... uma montanha de coisas, coisas inúteis, usadas e por vezes sujas. Sozinhas são apenas formas disformes, formas vazias. O que fazer, por exemplo, com garrafas PET destinadas ao lixo comum? Experimentando, foi assim que a Fundação Movimento Ondazul encontrou uma solução inteligente e até divertida: móveis com garrafas PET coletadas.

A cooperativa criada na comunidade de Vigário Geral e, também, atuante em Salvador, na Bahia, cria e produz pufes cheios de estilo, tirando de circulação mais de 13 mil garrafas PET, que antes seriam simplesmente descartadas. Este projeto compreende a arte e a sua utilização como meio para o desenvolvimento da cidadania e da auto-sustentabilidade. Essas peças são fonte extra de renda para os catadores. Algumas peças já forma exportadas para a Inglaterra e expostas na Casa Cor Bahia 2007.