Nova estação, novos
lançamentos, desfiles, novas tendências, tudo novo, fresquinho, deslumbrante! Aproveitando
o embalo de desfiles e fashion shows, esta poderia ser mais uma matéria sobre
tendências de moda para a próxima estação, mas não. Proponho dissertar sobre
outras vertentes, como: o consumo, moda nacional, desejos, o que fazer com o
seu “antigo” guarda-roupa, decifrando desfiles, etc, pois as informações sobre tendências e novos
modos estão acessíveis em diversas mídias e diferentes veículos. Iniciando a
série, vamos dar uma volta pelos bastidores...
Que a moda é uma grande
indústria, já sabemos, exemplo disso é a São Paulo Fashion Week que,
atualmente, recebe uma projeção tão grande, se comparada a grandes eventos se
mostra apenas um pouco inferior a cobertura dedicada ao futebol durante a Copa
do Mundo. Que a moda se faz valer dos desejos das pessoas isso é indiscutível,
porém, não se trata de apenas um mundo lúdico e glamouroso. Há todo um trabalho
intenso de pesquisa e decodificação de desejos, tendências e indicadores
comerciais, que inicia um ano antes do lançamento da coleção. O desfile é
apenas a “cereja do bolo”, a apresentação do resultado final na forma de um produto de Moda (englobando a
cadeia de vestuário, acessórios e calçados).
Esta apresentação final é revelada
de forma lúdica, pois é assim que a moda seduz, criando uma atmosfera que
encanta e desperta desejos. O conceito da coleção apresentado na passarela é
potencializado por um cenário elaborado, uma trilha sonora coordenada, modelos
exuberantes, acessórios máxi, looks cuidadosamente montados, uma peça chave e
enriquecido por pequenos detalhes ou grandes extravagâncias, a ordem é seduzir!
Esse jogo é bem observado nos desfiles de alta-costura, onde o glamour impera,
onde criações minuciosamente elaboradas ou extravagantes ganham vida (criações
conceituais). Nota-se, em outras esferas (desfiles de prét-à-porter), que as
peças apresentadas vem se tornaram cada vez mais comerciais, porém, peças
chaves (criações conceituais) são essenciais para dar o tom a coleção, “As
vezes, a roupa de passarela é inviável para o uso cotidiano e, comercialmente
também, pelo preço e pelo volume de produção”, comenta Camila Bastos (Estilista
da Espaço Fashion) em entrevista.
Fazendo uma análise macro
deste trabalho apresentado, nota-se que os
eventos de moda no eixo nacional alcançaram uma qualidade que até pode-se
comparar, não digo com os eventos internacionais, mas sim com a própria
alta-costura. O preciosismo técnico e profissionalização dos designers evoluiram
consideravelmente nas últimas coleções, trazendo um trabalho rico e
consistente. Mas ainda sentimos falta de uma certa bossa bem brasileira em
algumas coleções. Não digo algo caricato, tupiniquim como era rotulada a moda
brasileira, mas sim com um tempero brasileirinho.
Agora, é só pegar a cadeira
e sentar-se nas primeiras filas dos próximos desfiles estão por vir.
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